O crescimento da indústria offshore no Brasil é notório, tendo em vista a vinda de novas empresas para os campos de exploração. Este mercado oferece diversas vantagens, como salários altos. Contudo, trabalhar embarcado requer um bom preparo físico e mental.

O turno de trabalho em uma plataforma de petróleo tem duração de 12 horas, intercalando com 12 horas de descanso. Porém, o serviço pode ser suspenso quando o mar está agitado.

Os uniformes são, geralmente, de cor laranja com um colete sobreposto, a fim de facilitar a localização dos tripulantes caso ocorra algum acidente ou queda no mar. Embora o número de acidentes não tenha aumentado nos últimos anos, devido a melhorias na segurança, há preocupação constante com o risco que o trabalho propicia.

Apesar das complexidades, em algumas plataformas offshore, podem ser oferecidos salas de jogos e de descanso, cafés, academia, televisão, internet e até piscina e quadra de futebol. Isto porque as empresas prezam pelo bem-estar dos funcionários. As refeições são bem fartas e elaboradas por nutricionistas. Há também serviço de quarto e limpeza por uma empresa de hotelaria terceirizada.

Principais tipos de plataformas

  • Plataforma Fixa
Plataforma fixa de Mexilhão na Bacia de Santos.

Própria para águas rasas, em lâmina d’água de até 300 metros de profundidade, foi o primeiro tipo de plataforma utilizada pela Petrobrás e o que a empresa tem em maior quantidade. Geralmente são constituídas de estruturas modulares de aço, instaladas no local de operação com estacas cravadas no fundo do mar. Além disso, são projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, bem como todas as instalações necessárias para a produção dos poços.

 

  • Plataforma Autoelevável
Plataforma autoelevável P-59.

Usada para perfurar poços em águas rasas, em lâmina d’água que varia de 5 a 130 metros, pode se movimentar, mas garante grande estabilidade. É composta por uma balsa e três ou mais estruturas de apoio, ou pernas, de tamanhos variáveis, que se movimentam com acionamento mecânico ou hidráulico até atingir o fundo do mar. Posteriormente, a plataforma é elevada a uma altura acima da superfície, desde que segura e fora da ação das ondas. Quando há necessidade de deslocamento, as pernas realizam movimento ascendente e a plataforma é rebocada ou trabalha com propulsão própria.

  • Plataforma Semissubmersível
Plataforma P-55. A primeira plataforma semissubmersível construída no Rio Grande do Sul e a maior no seu tipo já construída no Brasil.

Composta de um ou mais conveses apoiados em flutuadores submersos, é uma unidade flutuante usada na perfuração de poços e na produção de petróleo. Tem grande mobilidade, podendo mudar rapidamente de um campo a outro. Por isso, é necessário posicioná-la na superfície,  dentro de um círculo com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de subsuperfície, operação esta a ser realizada em lâmina d’água. A estabilidade é controlada por sistemas de ancoragem (âncoras, cabos e correntes) e de posicionamento dinâmico, com propulsores instalados no casco.

  • FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading)
O FPSO Pioneiro de Libra tem capacidade de processar, diariamente, até 50 mil barris de petróleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás associado.

Importantes para produção em águas profundas e ultraprofundas, são navios com capacidade de produzir, armazenar e transferir petróleo ou gás natural. No convés do navio, é instalada um planta de processo para separar e tratar os fluidos produzidos. Depois de separado da água e do gás, o petróleo é armazenado nos tanques do próprio navio. Então, o óleo é escoado por navios-aliviadores e o gás, por meio de dutos. Têm grande mobilidade e são usadas principalmente em locais mais isolados, com pouca estrutura para a instalação de uma plataforma fixa.

  • Navio-sonda

Navio-sonda Stena Forth Drillship.

É um navio projetado para a perfuração de poços submarinos. Pode operar em águas ultraprofundas, alcançando mais de 2.000 metros de lâmina d’água. A sonda é ligada a uma torre localizada no centro do navio, que desce até o local da perfuração por uma abertura no casco. O sistema de posicionamento do navio-sonda, composto por sensores acústicos e propulsores, anula os efeitos dos ventos e das ondas.

Para que o trabalhador seja considerado apto a operar em plataformas, são exigidas algumas condições pelas empresas contratantes:

  • Qualificação técnica ou universitária;
  • Curso de Salvatagem (CBSP);
  • Curso de HUET (exigido por empresas que utilizam helicóptero para fazer o percursos do profissional até a embarcação).

Em suma, o trabalho em plataformas de petróleo exige muito do tripulante, física e mentalmente. Todavia, pode oferecer inúmeros benefícios no que diz respeito à média salarial, de R$ 2.700,00 até R$ 6.000,00, para os principiantes, que, somando ao adicional de embarque, paga-se quase 100% a mais do valor. Ademais, o trabalhador embarca por 2 semanas e tem outras 2 semanas de folga por mês, além de 1 a 2 meses de férias.