Provas Escritas

Para alcançar nossos objetivos, passamos por dificuldades e momentos de fraqueza, assim, para ser aprovados no concurso da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), não foi muito diferente disso! O Processo Seletivo é concorrido e as provas estão se tornando cada vez mais complicadas, além de ser um certâme de âmbito nacional, o que torna esta conquista mais difícil. Nesse aspecto, como sempre quis ser aluna da EFOMM, tive que mudar minhas atitudes de adolescente, que se satisfazia com míseras notas somente pra passar de ano escolar, assim comecei a estudar bastante para conquistar este sonho.

No primeiro ano fracassei, mas, como toda brasileira, não desisti e fui para mais um ano de estudos. Na segunda tentativa tive o prazer de ver meu nome na lista de aprovados, algo que nunca tinha acontecido, então criei expectativas, fiz os exames, porém, por algumas colocações não consegui ingressar na Escola de Marinha Mercante. No terceiro ano não desisti e tentei mais uma vez, mesmo que por vezes pudesse estar desanimada e pensando que não conseguiria, continuei tentando.

O ano de 2017 não foi nada fácil, pois logo no início perdi a minha avó, uma pessoa que sempre me incentivava e ajudava a seguir em frente, mas por ela continuei lutando. Ao longo do ano, quando pegava o nosso maravilhoso BRT para ir ao curso, ficava revoltada com as situações que via naquele transporte, mas isso me fazia crescer e perceber que desejava mesmo conquistar este sonho. Além disso, em junho, meu avô faleceu e tive enfrentar outra perda na família, que me fez mais uma vez ter conviver com a falta de uma pessoa que sempre quis ver meu sonho realizado, mas não desisti e continuei nos estudos!. Até que veio a prova da EFOMM… fiz, esperei o resultado e por fim a vitória chegou, finalmente meu nome estava na primeira lista! Comecei a fazer os exames médicos e esperei até a lista final, que saiu em dezembro, concretizando que eu havia conquistado o meu tão almejado sonho!

Texto: Aluna Gabriella Fontes

Persistindo no sonho

Um primeiro ano de curso pré-militar, para alguém que não possui um vasto conhecimento sobre a área, costuma ser desafiador para a escolha da profissão, pois mesmo tendo aquela tão sonhada instituição como seu objetivo, outras opções virão e com elas, as dúvidas sobre o que realmente irá querer ser.

No início dos meus estudos exclusivamente para a EFOMM, Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, havia uma grande certeza de que aquele seria o ano em que tudo daria certo, teria o fim do ensino médio e em seguida seria aluna da escola, mas nada ocorreu como planejado. Passada a prova, aplicada no meio de ano de 2016, veio o desânimo com a dificuldade do concurso, e após o resultado, com a reprovação. Mas a persistência foi maior, e após contrariar incentivos familiares a ingressar em outra instituição militar na qual obtive aprovação, lá se iniciava mais um ano de estudos em busca do meu sonho.

A próxima jornada foi mais intensa com a mudança de curso, o método de ensino passou a ser mais rigoroso, datas de provas antecipadas e aulas de domingo a domingo durante meses causando uma rotina física e psicologicamente exaustiva, fazendo com  que, após esse período, uma turma com quase super lotação de alunos passasse a ser lotada de cadeiras vazias. Para os que continuaram persistentes no dia a dia de estudos diante desse fato, o sentimento de orgulho foi inevitável, principalmente para o candidato que obteve sucesso no resultado, como eu, que com êxito concluí essa primeira e também tão importante etapa da minha vida.

Determinação é a palavra correta para definir os últimos dois anos, para muitas pessoas não foi exigido tanto esforço mas na prática é como se fosse duplicado. Não é a quantidade de tempo que um aluno passou se esforçando que define quem ele é, mas sim o modo como se dedicou a isso, a garra, a vontade de ser mais. E hoje, sendo da turma Uno Oito da EFOMM, tenho a absoluta certeza de que valeu a pena cada noite mal dormida e cada final de semana em aula, cada trajeto percorrido.

Texto: Aluna Juliana Alves

Lista de Aprovados

Eu já estava convencida de que não seria neste ano o meu ingresso na EFOMM, ainda mais com o resultado do gabarito. Mesmo assim, passei três dias apertando a tecla “F5” do meu computador para atualizar a página do CIAGA a todo instante. Até que desisti e simplesmente esqueci que tinha uma lista importante para sair, fui para casa do meu pai e passei o quarto dia todo lá. Eu não queria tocar no assunto, então desviava de qualquer pergunta que pudesse direcionar à lista.

Já passava da meia-noite quando cheguei a minha casa, rapidamente resolvi atualizar a página uma última vez… E nada, não havia lista. Desisti definitivamente e fui dormir.
Acordei tarde no dia seguinte, um tanto desmotivada a olhar mais uma vez o site, mas uma mensagem de minha madrasta me chamou a atenção.
“Viu a lista?”
388”
De início eu não entendi nada. Que lista? Que número era aquele que ela me mandara?
Repentinamente tudo fez sentido, pois só havia uma lista pela qual eu esperava! Abri o site e o atualizei pela primeira e última vez naquele dia. Lá estava a tão esperada lista de classificados e pós-classificados. Meu coração acelerou tanto, parecia um tambor batendo de tão forte enquanto minhas mãos tremiam e minha vista embaçava por causa das lágrimas. Meu nome estava lá, em 388, mas estava e era isso o que importava para mim.

Texto: Aluna Lília Saboya

Entrega de Platinas

Finalmente, o tão esperado dia tinha chegado. Depois de 3 anos de muito esforço, abdicação, dedicação e muita superação, o meu dia havia chegado e eu estava prestes a ser aluna da EFOMM. Porém, nem tudo são flores; apesar de saber que estava a poucas horas da minha platina, estava cheia de bolhas nos pés que não deixavam eu relaxar um só minuto, pensando em como ficaria em pé por horas.

O dia começou cedo, fomos acionados de madrugada para fazer exercícios e conhecer determinadas áreas do CIAGA, e mesmo com o meu organismo pedindo socorro, continuei e fui até o final, recebendo muita força dos meus campanhas e adaptadores, que sabiam da minha situação. Logo depois, recebemos a gloriosa platina e fomos liberados para nos arrumarmos para a cerimonia.

Meu sapato estava muito apertado devido aos curativos e, antes mesmo de sair da alegrete, falei com uma adaptadora que, gentilmente, trocou de sapato comigo, uma vez que o dela estava mais largo que o meu. Mas, isso não foi suficiente para me aliviar.
Chorei a cerimonia inteira e, quando deu a hora de fazer o Brasil marinha, conversei com Deus e o avisei que sairia de formatura, pois já não sentia mais os meus dedos e, portanto, não conseguiria marchar. Quando eu ia avisar meu campanha do lado que ia sair, o céu desabou em água, caiu uma chuva pavorosa. Foi então que reacendeu uma chama dentro de mim me dando forças para continuar, e naquele momento eu sabia que independente de qualquer coisa, eu ia conseguir. Realizei o Brasil marinha na marca e, quando deu o fora de forma, fui a primeira a sair correndo em direção aos meus pais para abraçá-los e dizer que havia conseguido.

Texto: Aluna Maria Santiago

Acompanhe todo material produzido na página De candidato a fera.

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Praticante Oficial de Náutica. Vice-Presidente do Jornal Pelicano e Presidente do Grêmio de Relações Internacionais da Marinha Mercante durante o ano de 2018.