A história do CIAGA remonta ao final do século XIX com a criação da Escola de Maquinistas e do Curso de Náutica, no Pará, a fim de formar pessoal para a Marinha Mercante. A localização era justificada pois a Amazônia atuava como um dos polos no eixo da borracha e abrigava pequenos estaleiros que supriam tais necessidades. Em 1907, tais cursos foram fundidos e transformados na Escola de Marinha Mercante do Pará.

Em 1939, na sede do Lloyd Brasileiro – antiga companhia de navegação nacional – no centro da cidade do Rio de Janeiro, foi instituída a Escola de Marinha Mercante do Lloyd Brasileiro, e tinha como extensão de suas dependências, o Navio-Escola “Alegrete”, um cargueiro operado pelo Lloyd e adaptado com salas de aula. Em 1956, saturada pelo crescente número de alunos, foi criada a Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro (EMMRJ), nos moldes das instalações atuais, onde hoje funciona o CIAGA, instituído em 12 de janeiro de 1972.

O Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA) tem seu nome em homenagem ao primeiro diretor da Escola de Marinha Mercante do Lloyd Brasileiro e também da empresa homônima, sendo “um dos mais modernos e eficientes estabelecimentos de Ensino Profissional Marítimo do mundo, uma verdadeira Universidade do Mar”.

O Navio Alegrete

Em setembro de 1906, nos estaleiros da Harland & Wolff (sim, onde foi fabricado o Titanic), em Belfast, Irlanda do Norte, a construção do navio Salamanca, sob encomenda da Hapag, de Hamburgo, foi finalizada.

O cargueiro de 5970t. de arqueação bruta, 119,5m. de comprimento, 15,3m. de boca e 7,8m. de calado, que chegava a alcançar 12 nós, por sua vez, teve um triste fim. Após ser retido e confiscado pelo governo brasileiro na Primeira Guerra Mundial, foi rebatizado de Alegrete, em homenagem ao maior município do Rio Grande do Sul, servindo de navio escola entre 1936 e 1940. Porém sucumbiu aos aterrorizantes ataques a navios brasileiros por parte da Alemanha Nazista, na Segunda Guerra Mundial. Felizmente, todos os 64 tripulantes sobreviveram.

A saudosa Alameda Alegrete, que homenageia o navio, é um símbolo da bravura dos marítimos brasileiros inspirando e forjando novos profissionais do mar há gerações, ano após ano.

Confira algumas fotos envolvidas nesse tema: