Na manhã do dia 6 de maio, uma representação de 16 alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) esteve presente na Cerimônia de Comemoração do 126º Aniversário do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), no bairro da Tijuca, zona norte da capital do estado. O Exmo. Sr. Comandante do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), C Alte Gilberto César Lourenço, ex-aluno da Casa de Thomaz Coelho, também se fez presente. Presidiu o evento o Exmo. Sr. Ministro da Defesa, Jacques Wagner, igualmente, ex-aluno da instituição imperial.

O evento é tradicional e reúne diversas autoridades civis e militares, que estudaram no Colégio. Os atuais alunos compõem formatura em homenagem à “família garança”, como se intitulam todos que um dia já vestiram o uniforme cáqui. “É uma grande oportunidade para rever os amigos” declarou a ex-aluna Thalita Almeida, formada no ano de 2010, que, atualmente, cursa o 3º ano de náutica da EFOMM.

Já para a aluna Carolina Silva, do 1º ano, ex-aluna da turma 2005-2011 do CMRJ, é uma honra e orgulho retornar à Casa de Thomaz Coelho trajando ‘o branco tão sonhado’. “O CMRJ me fez abrir a mente para um mundo [de possibilidades] que eu ainda não conhecia”. Para ela, a excelente base escolar e os valores de disciplina e respeito a ajudaram a desenvolver, também, um olhar diferente da sociedade. “Um olhar muito mais crítico.”

Além da EFOMM, Escola Naval, Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Academia da Força Aérea (AFA) e outras instituições de formação militares e civis enviaram seus alunos, aspirantes e cadetes. “Minha continência aos meus professores, instrutores e monitores.” declarou o cadete do 3º ano da AMAN, Wanderson, ex-aluno formado em 2009. Para ele, nunca pareceu tão verdadeiro o trecho da Canção do Aluno que diz que um dia o pranto iria inundar os olhos dos ex-alunos de saudades. “Recordo-me das formaturas, dos valores, das aulas, das festas e confraternizações e, principalmente, dos meus ‘companheiros leais’.”

Mas não foram apenas alunos de formação recente que comparecem ao evento. O engenheiro civil João Carlos de Souza, ex-aluno do CMRJ, formado no ano de 1969, fez questão de estar lá. “Depois de tantos anos, é incrível ver que o CMRJ permanece essa instituição forte e pujante para tantos que passam por ela”, afirmou.

O CMRJ foi criado, em 1889, ano da proclamação da República Velha, como forma de amparo aos filhos órfãos dos oficiais e praças do Exército Brasileiro, que combateram na Guerra do Paraguai. O projeto, há muito anterior aquele ano, foi viabilizado pela articulação do Conselheiro Tomás Coelho, ainda na época do Império. Posteriormente, passou a admitir filhos de militares de todas as Forças, inclusive, as Auxiliares e, muito depois, também, de qualquer jovem, via concurso público. Foi apenas em 1989, 100 anos depois, que o acesso de alunas mulheres foi permitido.

Atualmente, para ingressar no Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), é preciso cumprir os requisitos dos editais de acesso. Os colégios possuem turmas desde o 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O CMRJ apresenta algumas particularidades em relação aos outros 12 colégios militares do SCMB, como a divisão dos alunos do ensino médio entre as armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Comunicações. São mais de 2000 discentes, que compõe “um templo grandioso de amor ao Brasil”, como entoa os versos da Canção do Aluno.

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Segundo Oficial de Náutica e Membro Honorário do Jornal Pelicano e Grêmio de Vela e Remo. Foi aluno da EFOMM entre 2013 e 2015, Adaptador-aluno, Atleta da Equipe de Natação, Monitor dos Grêmios de Náutica e Informática, Escritor e Vice-presidente do Jornal Pelicano.