O Navio de bandeira italiana Grande Francia, construído em 2002,  tem 214 metros de comprimento, 32 de largura (boca) e faz escalas rotineiras em portos da América Latina, Europa e África. Segundo a CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo), ele movimenta, em Santos, 200 toneladas, entre embarques e desembarques.

O ocorrido deu-se nesta segunda-feira 13 de agosto de 2018, quando o navio chegou à Santos após fazer escala em Montevidéu, no Uruguai.

A Polícia Federal, militares da Marinha e equipes de Receita Federal encontraram 1,3 tonelada de cocaína a bordo. Segundo informações do portal de notícias “G1 Santos”, homens armados invadiram o navio de bandeira Italiana quando este encontrava-se a 15 quilômetros do acesso ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Tripulantes estrangeiros foram rendidos, e o comandante pediu socorro via rádio. Uma investigação foi aberta para determinar se o grupo embarcou com a droga.

A invasão ocorreu no domingo, dia 12 de Agosto de 2018, e foi realizada por quatro homens armados, enquanto o navio estava no fundeadouro número 4. Essa área está localizada na barra de Santos, onde os cargueiros aguardam, ancorados, a liberação para acessar o cais e atracar em um terminal. Os homens conseguiram subir ao convés (cobertura superior) do navio, a suspeita é que eles tenham utilizado uma corda com um gancho, que foi lançada e ficou presa a uma das grandes aberturas na proa (área frontal).

Diferentes da maioria dos navios, as laterais de um cargueiro são seladas, uma vez que a embarcação do tipo ROLL ON-ROLL OFF é destinada a carregamento de veículos. No entanto, esse cargueiro também movimenta contêineres, que foram o alvo dos criminosos.

A tripulação ficou refugiada em diversos compartimentos da embarcação. Enquanto decorria a invasão, o Capitão solicitou, em canal aberto de rádio, ajuda às autoridades brasileiras e alertou aos oficias das demais embarcações nas proximidades.

A equipe de praticagem de São Paulo atendeu ao chamado de socorro do capitão do Grande Francia e acionou o Núcleo Marítimo da Policia Federal (NEPOM). Militares do recém ativado Grupamento de Patrulha Naval Sul˗Sudeste, da Marinha, também foram mobilizados.

A agitação do mar impediu a operação ofensiva. Ondas de mais de 2,5 metros foram registradas durante a madrugada na região, segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE).

A delegada responsável pelo caso informou que ficou de prontidão e se comunicando com o capitão via telefone e rádio a todo momento. Afirmou que estavam assustados, mas todos da tripulação estavam em locais seguros e não havia ninguém em perigo ou machucado.

Apurou-se que a ação criminosa durou aproximadamente duas horas. Os criminosos fugiram do navio da mesma maneira que chegaram a ele (em uma embarcação rápida de alumínio, de cinco metros de comprimento).

Quando amanheceu, estando ciente de que não havia mais nenhum clandestino a bordo, o Capitão informou às autoridades brasileiras que havia localizado dois contêineres abertos e revirados. Até então não se sabia se tinha sido uma ação de roubo ou tentativa de contrabando. “Verificamos que, na verdade, os contêineres abertos e revirados eram uma distração para todos. Em outros dois contêineres, encontramos 41 bolsas pretas, algumas ainda molhadas (pelas ondas ou pela chuva), que estavam com mais de 1,2 mil tabletes de cocaína”, reporta a delegada Luciana.

As autoridades ainda não sabem informar se todas as bolsas localizadas foram içadas a bordo na ocasião da invasão. Toda a droga foi descarregada e o navio foi retido. Ao final da contagem, na madrugada da segunda-feira, foram contabilizados 1.322 kg de cocaína apreendida.

Texto: Aluna Gesebel