A China ultrapassou a Coreia Do Sul e tornou-se o Segundo maior importador de Gás Natural Liquefeito (GNL) do mundo em 2017, segundo IHS Markit e dados estatísticos oficiais do governo chinês.

Importações de GNL foram, em média, de cinco bilhões de pés cúbicos por dia em 2017, perdendo apenas para o Japão, que conseguiu importar uma média de 11 bilhões de pés cúbicos por dia.

As importações de gás natural na China foram impulsionadas pelo crescimento do consumo doméstico que, por sua vez, cresceu devido à politicas ambientais que focam na transição da geração elétrica proveniente do carvão para alternativas menos nocivas ao meio ambiente. O governo chinês promoveu, através dessas politicas, a conversão de milhões de residências nas províncias do norte da China, que eram tradicionalmente dependentes do sistema de aquecimento a carvão, para o uso de aquecedores a gás.

Navio de transporte de Gás Natural Liquefeito em operação. (Foto: Cristian Plagué/Ubackdrop)

A capacidade de armazenamento de gás natural na China é limitada, estimada em apenas 3% do consumo total. O pico da demanda sazonal chinesa e satisfeita principalmente pelo gás importado, vindo tanto pelos gasodutos da Ásia Central ou pelo mar. Apesar do aumento da produção doméstica e da importação do gás pelos gasodutos em 2017, a baixa disponibilidade de gás no norte chinês resultou em níveis recorde de importações de GNL no inverno de 2017. No geral, as importações representaram 40% do total disponível, sendo o GNL responsável por mais da metade das importações.

A China tem 17 terminais de importação de GNL distribuídos entre 14 portos ao longo de sua costa, com uma capacidade combinada de regasificação de 7.4 bilhões de pés cúbicos por dia. A taxa de uso anual de terminais de importação de GNL foram, de em média, aproximadamente 50% de 2013 a 2016, mas aumentou para 69% em 2017 por causa do inverno mais rigoroso que o normal.

A U.S. Energy Information Administration (EIA)  prevê a continuidade da tendência de crescimento do consumo de gás na China devido a fatores econômicos e ambientais, utilizando-se das importações e do fomento a produção nacional para atender a crescente demanda. Estima-se que a capacidade de importação de GNL atinja 11 bilhões de pés cúbicos por dia em 2021, quando as obras de expansões de terminais existentes e a construção de novos terminais forem terminadas. A EIA estima, ainda, que a China importe ainda mais pelos gasodutos, especialmente apos o lançamento do gasoduto Power of Siberia, da Russia, no fim de 2019.