No dia 20 de outubro, terça-feira, 46 alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) se voluntariaram para se cadastrar no banco de dados de medula óssea no Hemorio, situado na Frei Caneca, no centro do Rio de Janeiro. Uma viatura saiu do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), juntamente com a 2ºT (RM2-S) Raphaela Boderone e a CC Fabiana, que acompanharam os alunos e também foram voluntárias para se cadastrarem no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Para realizar o cadastro no REDOME, é feito um exame de histocompatibilidade com o sangue retirado – entre 5 e 10 ml – do possível doador; após esse exame, será efetivada a inclusão no REDOME. Os dados pessoais e os resultados do teste são armazenados num sistema informatizado que realiza o cruzamento com pacientes que necessitam da doação. Qualquer pessoa entre 18 anos e 55 anos pode doar medula óssea. A medula a ser doada é retirada do interior dos ossos da bacia, por meio de punções, sob anestesia, e o processo de recuperação da pessoa que doou a medula é de 15 dias.
O PON Henrique Morokawa ministrava no decorrer do ano passado, enquanto aluno da EFOMM, pequenas palestras enfatizando a importância da doação de medula. Atualmente, Morokawa está embarcando, mas quando volta à terra realiza palestras voluntárias em qualquer lugar do Rio de Janeiro e Niterói, gratuitamente.
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Pacientes com leucemia enfrentam longas esperas na busca de uma medula compatível. A chance mais comum achá-la é na própria família, mas quando isso não ocorre a família do paciente tem a possibilidade de acessar o REDOME para procurar um doador. A chance de se encontrar uma medula compatível é muito pequena – uma em cem mil. Mas se houver esperança, mesmo que pequena, para um paciente com leucemia que sonha com a cura, essa chance de uma em cem mil com certeza será valida.
O Hemorio funciona de segunda a domingo de 0800 às 1700. O único documento pedido para a doação é alguma identidade com foto.
Nota da repórter
Aproveitando o tema doação, venho, como repórter, enfatizar a importância de outra ação que pode salvar vidas – a doação de sangue.
No Brasil, apenas 1,9% da população doa sangue. Fiquei perplexa ao ler essa informação semana passada quando fui doar sangue, no dia 15/10/2015, no Banco de Sangue da Santa Casa, no Castelo, centro do Rio de Janeiro. Soube na EFOMM que um paciente estava precisando de doação de sangue e qualquer tipo sanguíneo era bem vindo. Como doei em maio desse ano, poderia doar nesse mês, então resolvi fazê-lo.
Para homens, o intervalo de uma doação para outra é de 3 meses – 2 meses se for uma emergência; para mulheres, é de 4 meses. Doarei sempre a partir de agora! Já sei que a próxima vez que poderei doar será em fevereiro do ano que vem, e não pretendo parar. É tão simples e rápido! Foram apenas 7 minutos de retirada de 500 ml aproximadamente de sangue, e a recuperação é imediata. Qualquer pessoa pesando mais de 50 kg, que tenha entre 18 e 68 anos, pode doar, e aqueles que têm 16 ou 17 anos podem doar com autorização. Há algumas restrições, como não ter feito tatuagem num intervalo de 1 ano, não estar grávida, não estar gripado e não ter se vacinado recentemente, por exemplo.
Segundo o Ministério da Saúde, se esse percentual de doadores de sangue aumentasse para apenas 3%, a necessidade de sangue nos hospitais seria suprida. Até 4 pessoas podem ser salvas com uma doação.
Há algumas restrições para doar sangue, mas acredito que 1,1% da população, no mínimo, está apta para doar. Em menos de 10 minutos, perguntei para 3 amigos e meus pais se eles já doaram sangue – a resposta foi não, e todos estão em perfeitas condições.
Com essa matéria, venho fazer dois convites: tire um dia do seu ano, vá ao Hemorio e doe 10 ml de seu sangue para se cadastrar no REDOME; 3 vezes ao ano doe sangue. Fazendo as contas, você gastou 0,28% horas do seu ano e não há satisfação melhor que ter a consciência de saber que pessoas podem ser salvas com um simples ato!
Confira as fotos da doação de medula em nossa galeria:
