Desde os primórdios da navegação, o homem do mar sempre acreditou em crenças e mitos. Relacionadas ao oceano existe uma vasta quantidade dessas lendas, mas uma das que mais perdurou em cânticos e em histórias é a do Holandês Voador. Confira a baixo, o que se trata, e suas as possíveis origens.

O Holandês Voador segundo o mito é navio fantasma que nunca poderá atracar em um porto e que está fadado a velejar no oceano para toda a eternidade. Não se sabe ao certo, quando foi iniciada essa história, sendo algumas versões datadas entre o séc. XVII e XVIII. Em documentos de 1680 é possível encontrar registros de um navio real que zarpou de Amsterdã, e se deparou com uma forte tormenta no Cabo da Boa Esperança. Como o capitão insistiu em dobrar o cabo, foi condenado a vagar para sempre pelos mares, atraindo outros navios e, por fim, causando sua destruição.

Uma outra versão é que apesar de todas as súplicas de sua tripulação, o Capitão Holandês Cornelius Van Derdekken insistiu em  atravessar o Cabo Horn em meio a violenta tempestade. Então o Espírito Santo apareceu, mas o Capitão disparou sua pistola e amaldiçoou o Senhor. Por sua blasfêmia, Deus lhe rendeu uma maldição, o barco foi condenado a navegar por toda a eternidade, sem nunca poder parar em um porto. Desde então, os marinheiros dizem que um encontro com o Holandês Voador é um prenúncio de desastre.

São inúmeros os relatos sobre avistar o navio-fantasma sendo um deles já nos tempos da Segunda Guerra Mundial. O contra-almirante nazista Karl Donitz, oficial do alto escalão alemão, reportou a Hitler  que uma parte de suas tripulações comunicou que não iria participar de uma viagem a Suez  pois haviam visto o Holandês Voador. Outro depoimento é de data anterior, mais exatamente na noite do dia 11 de julho de 1881, perto da Costa de Melbourne na Austrália, onde os vigias do castelo de proa do  HMS Inconstant anunciaram a aproximação de um barco a bombordo. Treze tripulantes, dentre eles os Oficiais foram até às amuradas para ver o recém-chegado.  De acordo com os diários de bordo de dois aspirantes reais que estavam a bordo, o príncipe George (depois Rei George V) da Inglaterra e seu irmão, príncipe Albert Victor, emanava do barco uma “estranha luminosidade vermelha como a de um navio fantasma todo iluminado”. Seus “mastros, vergas e velas sobressaíam nitidamente”. Todavia, instantes depois, “não havia nenhum vestígio de algum barco de verdade”.

Assim, embora não se saiba a origem correta desse mito, o fato é de que ele durará por muito mais tempo, fazendo com que velhos marinheiros dos sete mares contem por mais tempo, geralmente em voz baixa, a história do Flying Dutchman.