O Pelicano que fomos, Pelicano que somos

Em 2009, o Projeto Memória, uma divisão especial criada pela administração do Jornal Pelicano naquele ano, pesquisou, revisitou e conseguiu recuperar uma importante parte do acervo histórico deste Jornal. O resultado desse precioso trabalho está à disposição de qualquer pessoa em projetomemoria.org

Nesse site é possível acessar e conferir boa parte das edições impressas do Jornal O Pelicano. A edição mais antiga disponível é “O Pelicano, Ano I, Número 2“, de 1963 – impressa com o auxílio do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima) – e, a última edição é de 2009, “Pelicano, Ano XLVI, 2a Edição” – impresso pela gráfica do CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha).

“Fevereiro, início da década de sessenta. Aquele jovem, quase imberbe, coloca suas duas malas no chão de uma casa de vila, num subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, e despede-se de seus pais e irmãos. Partia para uma nova vida.” É como termina o primeiro parágrafo de Reminiscências, o terceiro texto da edição de novembro de 2000, do Oficial Superior de Máquinas Délio Henriques de Almeida. Antes, vinha um editorial de comemoração de retorno da Publicação, escrito pelo então Aluno Eduardo. Depois, um diário resumido da navegação ao redor do mundo feita a bordo do navio-veleiro Cisne Branco pelo então Aluno Ribeiro, enviado do CIAGA à viagem em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

Em 2008, a edição especial do 1o semestre teve como pauta principal a cobertura dos XXXIII jogos da MERC-NAV. No entanto, trouxe, além de uma forte exortação editorial do então Comandante-aluno Fernandes à união do Corpo de Alunos para melhoria da Escola, uma entrevista com o Comandante Durval, um dos alunos das primeiras turmas do CIAGA, que desenvolveu uma reconhecida carreira, fundou e geriu importantes empresas de navegação e terminou, a pedido dos entrevistadores, deixando esta mensagem: “Peço para vocês se auto-respeitarem e assim se farão respeitados a bordo e serão respeitados pelos armadores. Levem a sério o compromisso que vocês tem em relação a sua empresa, a sua formação e em relação ao seu país.”

Charge das Equipes (Imagem: Reprodução / O Pelicano, 2009)

Na edição de dezembro de 2001, data um Aviso aos Iniciantes, da então aluna primeiro-anista Fernanda Guerrieri, que representa uma importante natureza participativa deste decenário jornal. “Chega a hora e […] o coração dispara com a simples idéia de “pousar” os pés em um navio e sentir a brisa suave tocando o rosto. […] Aos que pela primeira vez irão embarcar, ponham seus coletes e não esqueçam de verificar o Aviso aos Navegantes. Ouçam a voz do coração e lembrem-se que há sempre uma missão a ser cumprida.”

O conteúdo dessas edições são, de fato, memoráveis. Não apenas por reforçarem o comprometimento histórico do Jornal Pelicano com a divulgação, promoção e valorização da EFOMM (Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante) desde os tempos de EMMRJ (Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro), mas por lembrar, registrar e ressaltar o desconhecido cotidiano dos alunos dessa importante instituição de ensino profissional marítimo ao longo de todos esses anos.

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Segundo Oficial de Náutica e Membro Honorário do Jornal Pelicano e Grêmio de Vela e Remo. Foi aluno da EFOMM entre 2013 e 2015, Adaptador-aluno, Atleta da Equipe de Natação, Monitor dos Grêmios de Náutica e Informática, Escritor e Vice-presidente do Jornal Pelicano.