O Diário do Pratica traz o relato da PON Isabela Bessa, que encontra-se a bordo do navio Maersk Asserter, um dos grandes AHTS da Maersk que opera geralmente na Bacia de Campos e de Santos. Ela fala um pouco sobre o período que antecedeu o seu embarque, os procedimentos necessários para o início da praticagem e sobre a sensação que sintetiza o seu 1° dia embarcada. Sejam bem-vindos a bordo!

 


“Sou a Praticante de Náutica Isabela Bessa e estou escrevendo para o Diário do Pratica para contar um pouco da minha experiência.”


“Embarquei hoje no navio Maersk Asserter. É um dos grandes AHTS da Maersk e opera geralmente na Bacia de Campos e na de Santos. Atualmente, o navio está docando em Niterói.

Quando entrei no estaleiro, foram bastante organizados, mas também rigorosos, pedindo meus documentos e conferindo se eu estava na lista de tripulantes do navio. Uma das primeiras coisas que fiz no navio foi entregar meus documentos (CIR, certificado internacional de vacinação contra febre amarela e ASO). Todos os tripulantes fazem o mesmo quando embarcam, e os documentos ficam reunidos no passadiço.

Apesar de ser meu primeiro dia, já aprendi muita coisa. Está embarcado comigo o PON Willian Cavalcante (que já está terminando sua praticagem), e ele me deu muita atenção. Passei a tarde conhecendo o navio e alguns equipamentos.

Como o navio está docando, o serviço é diário, ou seja, das 8h às 17h. Não há serviço de madrugada. Então tive a noite livre para organizar minhas coisas e estudar um pouco.

No navio, temos a maioria das coisas de que precisamos, embora isso varie de um barco para outro e de uma empresa para outra. As refeições são muito variadas e a qualidade da comida é ótima. A academia do barco é razoavelmente grande, com diversos aparelhos, mas isso não é comum em todos os barcos. Meu camarote é individual, com banheiro, TV, mesa de estudos… Uma das coisas que mais me surpreendeu é que em todos os lugares do barco há lixeiras para coleta seletiva (até no meu camarote!) e todos respeitam muito essa prática. Aqui também tem Wi-fi em todos os compartimentos, mas nem sempre isso acontece.

Em relação ao período anterior ao embarque, a empresa me deu toda a assistência. Primeiro, tive que fazer uma série de exames médicos. Embora a EFOMM forneça um ASO, algumas empresas exigem o seu próprio e o da sua bandeira, pois eles contém mais exames. No meu caso, tive que fazer o ASO brasileiro e o dinamarquês. Duas semanas após os exames, tivemos uma reunião de indução, onde ficamos conhecendo mais sobre a empresa e seus princípios. Nessa reunião, contamos com a presença de um Comandante, um Chefe de Máquinas e um Imediato e um 2ON. Cada um nos contou sobre suas experiências e também disseram o que eles esperam de um praticante a bordo. O ponto principal focado pela empresa é que o praticante deve demonstrar interesse e estar disposto a aprender. Uma das coisas que mais gostei é que, pela primeira vez na vida, estou sendo tratada como adulta, como profissional. Da mesma maneira que a empresa e os tripulantes esperam iniciativa do praticante, eles também se dispõem a ajudar e investem na nossa carreira.

Além disso, nessa reunião recebemos nosso EPI completo: macacão, capacete, bota, protetor auditivo, luva, óculos, etc.

Após essa reunião com a empresa, tivemos uma reunião na EFOMM (com a presença de todos os praticantes) sobre as vagas para a praticagem. Como todos já devem saber, as notícias não foram tão boas. Mas é nessa reunião que pegamos o contrato da escola com a empresa e com o praticante, e pegamos também outros documentos importantes: uma declaração de todos os cursos que fizemos durante a EFOMM, o PREST (no caso dos praticantes da Maersk, o MANTRA) e alguns outros formulários que teremos que preencher ao longo do estágio.

Essa reunião foi no dia 17 de fevereiro, e eu embarquei no dia 25 de fevereiro, mas nem sempre é assim tão rápido. Fui uma das primeiras a embarcar da minha turma.

Espero ter esclarecido algumas coisas, e ao longo do ano vou contar mais sobre a operação do navio e a rotina de bordo (que são as coisas que realmente interessam).”

PON Isabela Tanuri Bessa

 

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O OfAl Caíque estudou na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante de 2012 a 2015, fazendo parte da Turma Caio Augusto Castro. No 1º ano, foi escritor do Jornal Pelicano, no 2º ano, Webmaster e no 3º ano, Presidente do Jornal Pelicano.