Notícias recentes trouxeram a informação de que o navio de passageiros russo MV Akademik Shokalskiy está encalhado no gelo antártico desde o dia 24 de dezembro. Segundo o G1, há 74 pessoas a bordo, incluindo a tripulação. Dentre os passageiros estão pesquisadores, cientistas e aventureiros.

Segundo o serviço de rastreamento remoto Marine Traffic, o navio saiu do porto de Bluff, na Nova Zelândia no dia 8 de dezembro e percorreu um trajeto até o início de um corredor próximo  ao arquiélago de Ruapuke. Depois, não se obteve mais sinal do Sistema de Identificação Automática (AIS) da embarcação. Conforme noticiado pela agência australiana AFP, ele se encontra a 2778 quilômetros ao sul da cidade de Hobart, na Austrália, numa localização remota e congelada de mar, próxima a uma base francesa na Antártica.

Dois navios quebra-gelo desistiram de tentar um resgate, após eles mesmo terem ficados encalhados no gelo. A Autoridade Marítima Australiana divulgou nota afirmando que as condições metereológicas não são favoráveis a ajuda, porque a visibilidade é baixa e há previsão de fortes tempestades de neve. Apesar disso, o quebra-gelo Aurora Australis foi enviado em salvaguarda do navio. A previsão era que ele chegasse no último domingo, dia 29, mas a grossa camada de gelo dificultou o cumprimento do prazo estimado. Aquela Autoridade afirmou que essa é a última tentativa de resgate por mar. O quebra-gelo é o navio mais potente disponível sob sua jurisdição.

Historicamente, diversas expedições semelhantes acabaram em conhecidas tragédias. Uma delas é a de Sir John Frankling, de 1845. Ela ficou conhecida, pois todos os 128 homens, que tripulavam 2 navios, morreram de escorbuto, intoxicação por chumbo das latas de comida e hipotermia. Na época buscas foram expedidas apenas 2 anos depois do ocorrido e duraram por 5 anos. Os últimos corpos foram encontrados apenas recentemente.

Entretanto, é esse perigo que parece ser a principal atração de turistas de todo o planeta a esse tipo de aventura. Pelo menos, é nisso que aposta uma das maiores operadoras de cruzeiros a regiões polares do mundo, a Quark Expeditions.

Aproveitando o período de longos dias do verão austral que vai de novembro a fevereiro, a empresa destaca importantes características do continente antártico. A sua riqueza ecológica intocada, sua grandiosa vida silvestre, seu clima mais frio e seco do planeta onde se observa os ventos mais fortes e as maiores montanhas de neve além de icebergs.
 

 

São três navios que saem nesse período, de Ushuaia, na Patagônia Argentina, atravessando a famosa Passagem do Drake numa jornada desafiadora até a Península Antártica, no continente branco. O Sea Adventurer, o Sea Spirit e o Ocean Diamond.

O primeiro desloca 4376 toneladas de água em 100,58 metros de comprimento por 16,31 de boca e 4,72 de calado máximo desenvolvendo, em média, 12 nós de velocidade. O segundo possui 90,6 metros de comprimento por 15,3 de boca e 4,16 de calado máximo e desenvolve, em média, 14,5 nós em mar aberto. Já o último, o maior de todos, possui 124 metros de comprimento por 16 de boca e 4,9 metros máximos de calado com desenvolvimento médio de 15,5 nós de velocidade, em mar aberto.


Os tripulantes e passageiros do Akademik Shokalskiy passaram o natal a bordo e, ao que tudo indica, também, trocarão de ano nele. As últimas informações dizem que eles estão bem.

O navio foi construído na Finlândia, em 1982. Possui 78 metros de comprimento por 13 de boca e 4,5 de calado máximo. Desloca um total de 1764 toneladas de água e desenvolve uma velocidade máxima de 14 nós. Ele conta ainda com 1 propulsor móvel e um motor com potência máxima de 1147KW. 

 

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Segundo Oficial de Náutica e Membro Honorário do Jornal Pelicano e Grêmio de Vela e Remo. Foi aluno da EFOMM entre 2013 e 2015, Adaptador-aluno, Atleta da Equipe de Natação, Monitor dos Grêmios de Náutica e Informática, Escritor e Vice-presidente do Jornal Pelicano.