Acidentes na exploração de petróleo Offshore acontecem no mundo todo. Muitas vezes, falhas são revertidas a tempo e a situação é controlada; em outras, erros sucessivos (humanos ou não) levam a desastres que custam centenas de vidas e danos irreparáveis ao meio ambiente. Os riscos dessa atividade são proporcionais à profundidade da exploração, e atualmente as plataformas vêm se modernizando a fim de adentrar cada vez mais o oceano em busca do tão valioso “ouro negro”.

O perigo advém não apenas da extração e separação de óleo, água e gás, bem como seu armazenamento, mas também da própria flutuação da estrutura. O professor de Engenharia Oceânica da UFRJ, Segen Estefen, afirma: “A possibilidade de você ter explosões é inerente à atividade de exploração do petróleo. Você pode ter vazamento de gás. Você pode ter falta de controle no armazenamento do óleo. Então, toda aquela atividade do petróleo, intrinsecamente, é algo perigoso.”

Veja quais foram os 5 maiores acidentes com plataformas de petróleo ocorridos até hoje, seja pelas perdas humanas ou pelo impacto ambiental que geraram.

5Enchova (1984)

Navios FiFi combatem incêndio na plataforma Enchova. (Foto: Google Imagens)

O acidente na plataforma da Petrobras situada na Bacia de Campos deixou 37 mortos e 23 feridos. A perfuração de um poço de petróleo provocou uma explosão seguida de um grande incêndio; quando um dos cabos de aço da baleeira na qual alguns trabalhadores tentavam escapar ficou preso, o outro se roupeu e a embarcação despencou de 30 metros de altura. A falta de manutenção adequada e condenação de alguns equipamentos da plataforma podem ter sido as principais causas do desastre.

4P-36 (2001)

Plataforma P36 adernada. (Foto: Google Imagens)

O acidente na maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar da sua época foi também o maior da Petrobras. Duas explosões num tanque de óleo e gás foram responsáveis pela tragédia que, das 175 pessoas a bordo, matou 11, todos integrantes da equipe de emergência. A plataforma atingiu 16º de inclinação após o alagamento de parte do compartimento. Apesar das tentativas de aprumar a estrutura novamente, 5 dias depois a P-36 sucumbiu e naufragou, arrastando consigo um reservatório de 1500 toneladas de óleo. A conclusão foi que o acidente ocorreu devido à “não conformidade quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto”.

3Alexander Kielland (1980)

Plataforma Alexander Kielland afunda. (Foto: Google Imagens)

A plataforma nomeada em homenagem a um escritor norueguês, localizada no campo de Ekofisk, Noruega, sofreu um grave acidente quando um dos principais braços horizontais de sustentação de sua estrutura se partiu, causando outras rupturas que deixaram a plataforma adernada num ângulo de 35º. Problemas na cadeia de comando e fracasso nas tentativas de lançar as baleeiras fizeram com que a maior parte dos trabalhadores não pudesse ser salva antes que a estrutura se quebrasse e a plataforma rolasse por completo. Dos 212 homens a bordo, 123 foram mortos.

2Deepwater Horizon (2010)

Deepwater Horizon incendiada. (Foto: Google Imagens)

O desastre ocorrido no Golfo do México foi o segundo maior da história de acidentes petrolíferos, perdendo apenas para a Guerra do Golfo, embora fosse o maior dos desastres acidentais em termos de liberação de petróleo. A plataforma pertencente à empresa Beyond Petroleum explodiu com 126 pessoas a bordo, afundando menos de 48 horas depois. 11 trabalhadores morreram. Por uma falha no sistema de segurança, a tampa do poço onde era extraído o petróleo ficou aberta. Ao todo, 206 milhões de galões foram liberados na água.

1Piper Alpha (1988)

Piper Alpha arde em chamas no horizonte; (Foto: Google Imagens)

O Acidente na Piper Alpha foi o mais famoso desastre ocorrido em plataformas de petróleo. A Piper operava no Mar do Norte, a mais de 220 quilômetros da costa da Escócia. Tudo aconteceu quando um vazamento de condensado de gás natural incendiou-se e causou uma grande explosão; uma segunda explosão, gerada pelo contínuo fornecimento de gás, engolfou então toda a plataforma. O agravante da situação foi o fato de a primeira explosão, que destruiu a sala de controle, ter provocado a morte da maior parte das pessoas que poderiam dar a ordem de evacuação aos trabalhadores, dificultando assim a rápida transmissão de informações e organização da retirada.

Além disso, a plataforma Tartan, próxima à Piper, permaneceu bombeando gás diretamente ao núcleo do fogo até a tubulação que ligava ambas se romper devido ao calor. Seus operários não possuíam autonomia para parar a produção, apesar de ver as chamas no horizonte. Então, era tarde demais. Uma embarcação especializada em combate ao fogo, Tharos, conseguiu aproximar-se da Piper, mas já não era possível impedir a destruição.

As causas do acidente foram o antiquado sistema de ordens de serviço, que também não foi seguido com rigidez, falhas em alguns sistemas de segurança, rotas de fuga que não eram bem conhecidas pelo pessoal (muitos que não encontraram as embarcações salva-vidas saltaram no mar), falta de treinamento e falhas de segurança no projeto de construção da plataforma. O resultado: 167 pessoas morreram, a maioria sufocada pela fumaça, e apenas 62 trabalhadores sobreviveram.

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Segundo Oficial de Máquinas e Membra Honorária do Jornal Pelicano. Foi aluna da EFOMM de 2013 a 2015, Comandante de Companhia, Adaptadora-aluna, Atleta da Equipe de Basquete, Monitora do Grêmio de Máquinas, Escritora e Presidente do Jornal Pelicano.