No ensolarado sábado do dia 06 de agosto, 19 alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), embarcaram no Navio Veleiro Cisne Branco (U-20), a fim de receber instruções náuticas e ter a oportunidade de conhecer e participar da rotina de um tradicional navio da Marinha do Brasil (MB).

O dia de mar, para os alunos, começou às 0700, quando estes subiram a bordo da embarcação, sendo em seguida encaminhados aos camarotes que haviam sido reservados a eles. Depois de terem conhecido as instalações e trocarem seus uniformes, os visitantes se dirigiram à Praça D’Armas, onde foram recebidos pelo Sr. Comandante, CMG João Alberto de Araújo Lampert. Após a apresentação inicial, os convidados puderam tomar café juntamente com os demais oficiais da tripulação.

Após o café da manhã, os alunos da EFOMM assistiram a duas palestras, a primeira ministrada pelo Comandante Lampert, na qual ele deu as boas-vindas e apresentou alguns detalhes da derrota que seria traçada, ademais comunicou que o embarque contaria com a presença do Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Além disso, o Comandante anunciou que a partir daquele instante, os alunos deixariam a condição de visitantes e seriam incorporados à tripulação do navio, cabendo a estes auxiliar a guarnição na realização de algumas fainas marinheiras, durante o transcorrer do dia. Posteriormente, o CT Leonardo Faria proferiu uma importante palestra sobre segurança a bordo antes do navio suspender.

Início da Viagem

A cerca das 0900, ao som da Canção do Marinheiro, executada por uma banda militar, no cais do 1º Distrito Naval, o Cisne Branco suspendeu sob o auxílio do Rebocador Valente, sendo saudado pelos navios-patrulha oceânicos Guajará (P-44) e Gurupi (P-47), que se encontravam fundeados no cais, durante a sua saída da Baía de Guanabara.

Timão do veleiro Cisne Branco Alguns dos comandos para desatracação do veleiro Cisne Branco (Foto: Al. Felipe Dias / Jornal Pelicano)
Timão do veleiro Cisne Branco (Foto: Al. Felipe Dias / Jornal Pelicano)

Terminada a manobra, os alunos tiveram o privilégio de ouvir algumas palavras do Imediato da embarcação, CF Sérgio Pereira, o qual tem a sua vida intrinsecamente ligada à EFOMM, uma vez que ele foi aluno da escola, sendo integrante da turma de 1989, e posteriormente, Imediato do Corpo de Alunos entre os anos de 2010 e 2012. Aproveitando a presença dos alunos, o Imediato, relembrou o seu tempo de escola, além de contar um pouco sobre a sua breve carreira na Marinha Mercante e os motivos que o levaram a retornar à MB.

Subida ao Mastro

Depois de estarem devidamente ambientados ao veleiro, os novos tripulantes foram divididos em três grupos, a fim de que pudessem subir nos mastros do navio, na seguinte disposição: 3º ano no mastro traquete, localizado na proa; 2º ano no mastro grande, à meia nau; e o 1º ano no mastro gata, à popa. Em seguida, receberam um briefing de segurança, dos contramestres dos seus respectivos mastros.

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Terminado o almoço, os corajosos alunos se aventuraram subindo seus respectivos mastros, naquela que seria uma das mais fantásticas experiências de suas vidas, dado que além da altura a ser enfrentada, o vento e o balanço do mar, contribuíam para aumentar o nível de adrenalina dessa faina. Entretanto, apesar do receio de alguns, o medo foi vencido, e quase todos puderam vivenciar a inigualável sensação de estar navegando a cerca de 30 metros de altura.

Fainas Marinheiras

Ao longo da viagem, os alunos participaram das rotineiras fainas do veleiro, em algumas como observadores, em outras trabalhando em conjunto com a tripulação, dentre elas destacaram-se:

  • Faina de desatracação do navio – Onde os alunos do curso de náutica puderam acompanhar o trabalho em equipe do Comandante com o Agente de Manobras da Capitania dos Portos.
  • Traçagem da derrota – Alguns alunos acompanharam de dentro do passadiço a navegação em tempo real do veleiro.
  • Abertura e fechamento das Velas Latinas – Todos os alunos auxiliaram na abertura e fechamento das respectivas velas a que estavam responsáveis.
  • Faina de atracação – Nesta complexa faina, os alunos tiveram a oportunidade de ver toda a tripulação trabalhando em conjunto, de popa à proa, para que nenhum incidente ocorresse.

Confira o vídeo de alguns dos comandos para desatracação do navio:

Desembarque

A cerca das 1900, o Cisne Branco fundeou no Cais da Portuguesa, a vanguarda do veleiro português NRP Sagres III. Todavia , antes de desembarcarem o OfAl Felipe Dias, na Praça D’Armas, agradeceu formalmente ao Comandante Lambert pela oportunidade da realização do embarque dizendo as seguintes palavras:

“Gostaria de agradecer, pela oportunidade de estar a bordo deste navio, pelo bom tratamento recebido a bordo, não só para comigo, mas para com todos os meus companheiros, tendo em vista que, para muitos essa foi a primeira experiência de embarque. Além do que, foi em um veleiro, que é um tipo de navio diferenciado. Obrigado e muito sucesso!”

essa foi a primeira experiência de embarque para alguns alunos

O Comandante, por sua vez, respondeu que o importante para ele e sua tripulação era demonstrar um pouco do espírito e do amor que eles têm pelo navio, além de elogiar a integração dos alunos com a tripulação e os afazeres do dia-a-dia.

Características

Navio Veleiro Cisne Branco (U-20)

Dimensões:

Comprimento: 76m.
Boca: 10,5m.
Calado máximo: 4,8m.
Altura do Mastro Grande: 46,40m.
Deslocamento: 1038 toneladas

Propulsão:

Armação: Galera
Velas Redondas: 15
Velas Latinas: 10
Velas Auxiliares: 6
Velocidade Máxima à vela: 17,5 nós
Velocidade Máxima a motor: 11 nós

Pessoal:

Oficialidade: 9
Guarnição: 42

Confira as fotos desse dia de navegação clicando na imagem abaixo:

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(Fotos: Al. Felipe Dias / Jornal Pelicano)

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Praticante Oficial de Náutica. Vice-Presidente do Jornal Pelicano e Presidente do Grêmio de Relações Internacionais da Marinha Mercante durante o ano de 2018.