Entrevista – Professor Mello

Na nossa coluna de Entrevistas, o Chefe de Máquinas Mello, atualmente professor do CIAGA, conta sua experiência da carreira e da constante atualização necessária ao marítimo. Certamente, um instrutor que muito tem a nos acrescentar.

Na sequência, segue a entrevista com o chefe de máquinas e professor Mello, que leciona termodinâmica e refrigeração para o segundo ano de máquinas e turbinas para o terceiro ano do mesmo curso na EFOMM. Tendo dado início aos seus estudos na instituição em 1973, já em 1993 era oficial superior de máquinas. Com tanto tempo de carreira o professor tem muito a acrescentar aos seus alunos e às aulas.

JORNAL PELICANO – Qual é a história do senhor na MM?

PROFESSOR MELLO – Entrei para a EFOMM em 1973 e me formei como Oficial de Máquinas em 1975. Pratiquei na antiga Fronape, passei a Primeiro Oficial de Máquinas em 1983 e para Oficial Superior de Máquinas em 1993, tendo viajado em diversas empresas.

JORNAL PELICANO – Como é o trabalho de um chefe de máquinas?

PROFESSOR MELLO – Gratificante, pois é sempre uma oportunidade de colocar à disposição nossas próprias experiências, assim como a de aprender novas, além de aprender a lidar com pessoas, com vidas.

JORNAL PELICANO – Quais são as vantagens e desvantagens dessa profissão?

PROFESSOR MELLO –

  • Vantagens: ser Oficial da Marinha Mercante é ter uma condição profissional de respeito, à nível internacional. Pode-se exercer essa função em qualquer país do mundo.
  • Desvantagens: temos que aprender sempre como lidar com a ausência em relação à família.

JORNAL PELICANO – Por que o senhor se interessou por essa área?

PROFESSOR MELLO – Sempre gostei de área de mecânica, e a escolha de “máquinas” na EFOMM cumpriu bem essa realização.

JORNAL PELICANO – O que o senhor recomendaria àqueles que desejam seguir essa carreira?

PROFESSOR MELLO – Que aproveitem, pois terão a oportunidade de aprender em uma área profissional ímpar, com oportunidade de gerenciamento de pessoal, conhecer países, cidades litorâneas variadas, etc.

JORNAL PELICANO – Como maquinista, qual foi o maior desafio enfrentado pelo senhor?

PROFESSOR MELLO – Uma viagem na bandeira liberiana, que durou seis meses. Foi o embarque mais marcante da minha vida profissional.

JORNAL PELICANO – Por que o senhor decidiu lecionar no CIAGA?

PROFESSOR MELLO – Ao me aposentar, comecei a cursar Engenharia de Petróleo e gás, na Estácio. Então comecei a trabalhar no CIAGA para:

  1. passar, o quanto possa, experiência profissional aos alunos;
  2. manter condição financeira para levar a cabo o curso citado.

JORNAL PELICANO – O senhor acredita que a experiência de professores mercantes seja importante na formação dos alunos? Por quê?

PROFESSOR MELLO – Sim, pois a experiência é algo muito pessoal, que não está prevista nos programas escolásticos. Isso facilita em muito a iniciação dos formandos na nova profissão.

JORNAL PELICANO – O senhor ainda embarca? Em que isto acrescenta às aulas?

PROFESSOR MELLO – Sim, para manter-me atualizado nas novas tecnologias a bordo.

JORNAL PELICANO – Há quanto tempo o senhor é mercante? Há, neste tempo, mais alguma experiência interessante a compartilhar?

PROFESSOR MELLO – Nesse ano, a partir de 1975, completo 40 anos de mercante, e não me arrependo da profissão. Nesse tempo de serviço, vivenciei variadas situações interessantíssimas, inesquecíveis. Mas seria muito difícil falar resumidamente sobre todas. Cada uma, à sua maneira, foram muito importantes para mim.