Nos dias 26 e 27 de maio, 80 alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), participaram da II Conferência DP Brasil, no Hotel Windsor, Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

A participação dos alunos da EFOMM se deu a convite da Fundação Homem do Mar e do Centro de Simulação Aquaviária, que realizaram o evento. A escolha dos alunos que participariam foi feita por sorteio, com número de vagas distribuído de forma igual, para alunos voluntários dos 2º e 3º anos do curso de Náutica, realizado pela diretoria extraclasse da Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante (SAMM). Duas vagas foram, ainda, reservadas para os alunos Erick Nanjara (3º ano) e Berço Cruz (2º ano), ambos primeiros colocados, em suas turmas. Nos 1º e 2º dias, respectivamente, os oficiais da EFOMM, CT Reis e Ten Renata, acompanharam a comitiva.

Comitiva de alunos da EFOMM recebe crachás e pulseiras de identifcação especiais. (Foto: Al. Bolacio / Jornal Pelicano)
Comitiva de alunos da EFOMM recebe crachás, pulseiras de identifcação e brindes especiais do evento. (Foto: Al. Bolacio / Jornal Pelicano)

Em sua 2ª edição, o evento reuniu profissionais e especialistas interessados no sistema de posicionamento dinâmico de embarcações e plataformas com o objetivo de promover discussões sobre a aplicação de novas tecnologias no setor e a troca de experiências entre profissionais da área. Abordou-se, principalmente, os temas de segurança, eficiência, legislação e inovações relacionados ao sistema DP.

Em ambos os dias, conferencistas de entidades reconhecidas no setor como Bureua Veritas, Nautical Institute, Petrobras, International Marine Contractors Association, LLA Marine e American Bureau of Shipping apresentaram seus estudos sobre o assunto, em 10 sessões diárias, com pausas previstas para coffee break e almoço – oportunidade que os alunos aproveitaram para estabelecer contato com os demais participantes. Ao final de cada sessão, abria-se, ainda, enriquecedores espaços para participação da plateia.

Dia 1

No 1º dia, o gerente de grupo DP para a região do pacífico da consultoria Global Maritime, Peter Sierdsma, falou sobre a importância dos testes anuais em unidades DP complexas. Em seguida, o consultor de assuntos marítimos e DP da LLA Marine, Alexander Castro, discutiu sobre formas de se assegurar a qualidade, segurança e competência dos profissionais do setor. Depois foi a vez do engenheiro de equipamento da Petrobras, Daniel Ferreira Cruz, falar sobre os conceitos de WSOG que a empresa começa a executar.

Plateia aguarda início do primeiro dia de conferência. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)
Plateia aguarda início do primeiro dia de conferência. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)

Após o almoço, os Capitães de Longo Curso e professores da FHM, Cláudio Barbosa e Fabio Valério, fizeram uma apresentação conjunta sobre a complexidade dos sistemas de posicionamento referenciados (PRS). Depois, a CT Adriana Pina, representante da Diretoria de Portos e Costas (DPC), fez uma palestra sobre o número mínimo de tripulantes em embarcações offshore de acordo com os padrões da Autoridade Maŕítima Brasileira.

Após pausa para um coffee break, sobiu ao palco o gerente de P&D da Marine Cybernetics, Luca Pivano, para falar sobre um melhor planejamento e operações mais seguras com o uso de uma tecnologia proprietária. Em seguida, o Business Developer do Ship Modelling & Simulation Centre AS, Knut Jarle Lysklett, levantou um questionamento sobre a relevância dos treinamentos documentados a bordo de navios para todos os armadores. Finalizando o dia, a engenheira sênior da American Bureau of Shipping, Sue Wang, discursou sobre a importância das Sociedades Classificadores na garantia de confiança e cumprimento de necessidades de performance dos sistemas DP para a indústria marítima.

Dia 2

No 2º dia do evento, o gerente da American Bureau of Shipping, Paul Walters, iniciou as sessões com uma palestra sobre como o uso de softwares e a parametrização afetam os sistemas de controle DP e a mitigação de riscos. Depois, Rafel Pinedo, da Det Norsk Veritas, falou sobre as orientações operacionais e técnicas para o DP.

Diretor extraclasse da SAMM, Al. Monteiro, concede entrevista à mídia sindical. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)
Diretor extraclasse da SAMM, Al. Monteiro, concede entrevista à mídia sindical. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)

Após um rápido coffee break, o engenheiro sênior de offshore da Bureau Veritas, Yann Giorgiutti, discorreu sobre a influência das capacidades do sistema DP, nas operações offshore. Em seguida, Diego Tavares Bonfim, gerente de negócios da Transas no Brasil, fez uma apresentação sobre o desenvolvimento de competências de DPOs através de simuladores. O assessor técnico para assuntos marítimos do IMCA, Andy Goldsmith, falou, depois, sobre os requisitos de formação e experiência da perspectiva dos armadores.

Após o almoço, Tony Gjerde, gerente de equipe e consultor sênior da Lloyd’s Register Consulting, desenvolveu estudos de casos sobre análises de riscos de operações DP. Depois, Afonso André Pallaoro, consultor DP da Petrobras, demonstrou os piores efeitos de falhas na capacidade DP de navios.

Alunos da EFOMM se preparam para o início de mais uma sessão de palestras. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)
Alunos da EFOMM se preparam para o início de mais uma sessão de palestras. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)

Mais um coffee break e foi a vez de Eduardo Aoun Tannuri, profissional de tecnologia da informação, da Universidade de São Paulo, fazer sua apresentação sobre a aplicação de análises numéricas na avaliação de operações DP. E a última sessão do evento ficou reservada para um workshop com duas representantes do Nautical Institute de Londres, Jennifer Daintree e Regina Bindao, que lecionaram sobre as aplicações do DP e as expectativas de desenvolvimento futuro para a tecnologia.

Os sistemas de posicionamento dinâmico são de larga aplicação no Brasil, principalmente nas atividade de exploração de petróleo em alto mar. A tecnologia, basicamente, utiliza sensores para identificar esforços externos que possam modificar a posição e o aproamento de uma embarcação, processa essas informações e age através de um sistema integrado e, normalmente, redundante, de propulsores e geradores elétricos para anular os efeitos de deriva. No ramo offshore, ela é essencial, por exemplo, para operações de transferência do petróleo extraído de unidades de exploração para embarcações aliviadoras.

Alunos da EFOMM posam para foto durante coffee break. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)
Alunos da EFOMM posam para foto durante coffee break. (Foto: Al. Alessandro / Jornal Pelicano)

Dessa maneira, o domínio dessa tecnologia e a formação e aperfeiçoamento de profissionais capacitados é estratégico para o país e ter o curso de DP torna-se essencial para os oficiais de marinha mercante, que atuam no setor.

O Jornal Pelicano, em nome do Corpo de Alunos da EFOMM, agradece a oportunidade concedida pela Fundação Homem do Mar e Centro de Simulação Aquaviária de participar desse grandioso evento.


Colaboração: Al. Quintino

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Segundo Oficial de Náutica e Membro Honorário do Jornal Pelicano e Grêmio de Vela e Remo. Foi aluno da EFOMM entre 2013 e 2015, Adaptador-aluno, Atleta da Equipe de Natação, Monitor dos Grêmios de Náutica e Informática, Escritor e Vice-presidente do Jornal Pelicano.