O convidado desta vez foi o Oficial Superior de Máquinas Vinicius Souza dos Santos, que exerce essa função há dez anos. Formado na EFOMM em 1995, desde então acumula 15 anos de carreira em navios de longo curso e mais cinco anos trabalhando no setor offshore.

Além de dar vários conselhos, o Chefe de Máquinas Vinicius Souza ainda respondeu às perguntas dos presentes, baseando a conversa em alguns pontos principais:

Foco

Deve-se traçar metas a curto e longo prazo para otimizar o trabalho. Cursos técnicos são bem vindos, mas as empresas oferecem cursos para especialização de seus funcionários. Todo e qualquer conteúdo que o aluno possui é válido à profissão, mas aqueles que chegam à praticagem conhecendo o vocabulário técnico e as peças do maquinário possuem vantagem.

Praticagem

Pró-Atividade é a palavra-chave. O praticante de máquinas deve “habitar” a Praça de Máquinas, fazendo perguntas frequentemente e acompanhando os procedimentos realizados à bordo. Vivendo o serviço.

O inglês técnico tem de estar fluente para se compreender totalmente a funcionalidade dos equipamentos. A praticagem é o período onde todas as dúvidas são encerradas, pois um erro do 2OM tem consequências graves.

Vida a bordo

Assim como o maquinista precisa conhecer seu maquinário, o piloto precisa conhecer a embarcação para comandar com propriedade, pois essas profissões são complementares e igualmente exigidas, necessitando comunicação entre si.

Quanto às responsabilidades do Oficial de Máquinas, o gerenciamento de material exige disciplina e atenção para evitar escassez e/ou desperdícios.

Tecnologia

Os navios construídos há mais tempo tendem a ter uma praça de máquinas com maior volume de trabalho manual e braçal, enquanto embarcações mais novas possuem sistemas de automação operantes. O avanço tecnológico facilitou a vida dos maquinistas, mas aumentou a carga de responsabilidade sobre eles.

Segurança

É responsabilidade de toda a tripulação. Porém, mantendo-se uma sequência simples de passos, a segurança é garantida.

Análise contínua do risco, estar alerta a todo o tempo e manter uma atitude de serviço de manutenção ao invés de serviço de reparo são ações fundamentais, além de, obviamente, respeitar integralmente as normas de segurança.

Família

A distância dos mais próximos é sempre uma preocupação para o mercante, e, em escalas mais longas (por exemplo 80 dias embarcado/40 dias em terra), essa relação pode ficar prejudicada. Em escalas menores, como 28/28, é possível adotar uma rotina. As redes são um agente facilitador, pois estão cada vez mais abrangentes, diminuindo as fronteiras.

 


Em suas considerações finais, o Chefe declarou estar muito orgulhoso pela atual infraestrutura da EFOMM e por ter estudado aqui. Exatamente por isso, pretende exigir mais dos alunos aqui formados. Vinicius, que foi Diretor Social da SAMM durante sua passagem pela EFOMM, manifestou o interesse em trazer mais mercantes para ampliar o conhecimento dos alunos – ou seja, muitas outras edições do Café com a SAMM ainda estão por vir.

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