O Jornal Pelicano está realizando uma série de matérias sobre como é a rotina dos praticantes a bordo. Dessa vez, é o PON Nícolas Guerra que traz um relato de como está sendo sua experiência a bordo do PSV ER Haugesund, de bandeira liberiana. Ele comenta sobre seus receios antes de embarcar, a importância da fluência em inglês e do ritmo de aprendizado e das atividades. Sejam bem-vindos a bordo!


“Sou o Praticante de Oficial de Náutica Guerra e estou escrevendo para o Diário do Pratica para contar um pouco da minha experiência.”

 


“Comecei a minha praticagem no dia 7 de março, na sexta-feira, logo após o carnaval. Confesso que o meu maior temor era a tripulação. Tive receio de não me adaptar, de que eles não gostassem de mim por qualquer motivo. Mas isso acabou no momento em que cheguei a bordo.

Toda tripulação me recebeu muito bem.
Toda tripulação me recebeu muito bem. Em menos de uma semana já me sentia próximo o suficiente de todos. É claro que existe uma diferença de convivência entre gringos e brasileiros, mas isso não passa de uma questão cultural mesmo.
A gente sempre vai se sentir mais a vontade com algum conterrâneo…
O inglês é, realmente, importante. […] O importante é entender e se fazer entendido.
O inglês é, realmente, importante. No meu caso, principalmente, porque estou embarcado no PSV ER Haugesund, um navio de bandeira liberiana. Não estou falando do inglês técnico (é claro que se você souber ajuda), mas do inglês geral. O importante é entender e se fazer entendido. Não é para ser um expert nem nada. Um conhecimento básico facilita sua comunicação a bordo. No meu caso, por exemplo, o Comandante, o Imediato, o Chefe de Máquinas, um eletricista o bosun e o 2ON são estrangeiros. Então, a comunicação com eles precisa ser toda em inglês.
É importante conhecer o convés, saber o que acontece ali e tudo mais.
O meu quarto de horário é de 0800 às 1000 horas, no convés, e de 1200 às 1800, no passadiço. No convés, faço todo tipo de serviço que me é solicitado. Trabalho bastante com o moço de convés e o bossun e aprendo bastante com eles. Já pintei boias, tampas de tanque, auxiliei na lavagem deles, limpei e arrumei. É importante conhecer o convés, saber o que acontece ali e tudo mais. No passadiço, fico junto com a 2OM (o horário dela é de 1200 às 1800 e de 0000 as 0600) e, também, aprendo bastante. Todo trabalho administrativo, que envolve a embarcação acontece lá. Ela me passa tudo o que acontece.
 
Eu cheguei no penúltimo dia da docagem, então, deu pra acompanhar todos os testes que são feitos após ela. Foi muito interessante. Começamos a operar anteontem. Saímos da Baía de Guanabara e seguimos para a Bacia de Campos, plotamos a carta náutica e tudo o mais. O meu navio é um PSV, que leva cimento para as plataformas. Não carregamos carga no convés, então, de noite, após o meu horário, dá até para correr nele. A comida aqui é muito boa. Assim, tem que ter cuidado para não engordar muito.”

O praticante afirma, ainda, que, a bordo, todos estão disposto a ajudar e que basta não ter medo de perguntar. Ele também opina sobre a importância da antiguidade: “Depois que você embarca [a antiguidade] não serve para mais nada.”. E termina aconselhando o empenho dos terceiro-anistas nos processos seletivos  das empresas, especialmente, às da Associação e Maersk. “São as que embarcam logo.”.

 
PON Nícolas Guerra

*Colaborou: Al Bolacio
 
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Segundo Oficial de Náutica e Membro Honorário do Jornal Pelicano e Grêmio de Vela e Remo. Foi aluno da EFOMM entre 2013 e 2015, Adaptador-aluno, Atleta da Equipe de Natação, Monitor dos Grêmios de Náutica e Informática, Escritor e Vice-presidente do Jornal Pelicano.